quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ilha grande

A ilha Grande é uma ilha do litoral brasileiro ao sul do estado do Rio de Janeiro, próxima à cidade de Angra dos Reis, município do qual é também um distrito.

Índice

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 Dados gerais

Praia da Feiticeira
A Ilha Grande é a maior das ilhas do litoral de Angra dos Reis. É uma ilha de 193 km² com relevo acidentado e montanhoso, cujas maiores elevações são o Pico da Pedra D'Água (1031 m) e o Pico do Papagaio (982 m), este último o mais famoso pela sua forma pitoresca. As costas da ilha são recortadas por inúmeras penínsulas e enseadas (sacos), formando várias praias. A vegetação é exuberante, formada por mata atlântica, mangue e restinga.
Praia do Aventureiro
A principal localidade da ilha é a Vila do Abraão, com aproximadamente 3000 habitantes, e que concentra a maior parte da infraestrutura da ilha com posto de saúde, escola primária, posto dos correios e destacamentos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Um serviço de barcas liga diariamente a Vila do Abraão com Angra dos Reis e Mangaratiba, no continente. A vila conta também com ampla oferta de pousadas, campings, bares, restaurantes e comércio para turistas. Além desta, existem algumas outras pequenas comunidades espalhadas pela ilha também dotadas de infraestrutura turística, como Provetá.
As atividades econômicas giram em torno da pesca e, principalmente, do turismo. A ilha oferece atualmente muitas alternativas turísticas: passeios de barco, praias com águas calmas para mergulho em família, praias destinadas à prática de esportes como o surfe, trilhas ecológicas por dentro da mata ao centro da ilha, além de algumas atrações históricas.
A ilha é dividida em dois parques: Parque Estadual da Ilha Grande e Parque Marinho do Aventureiro, e uma Reserva Biológica: Reserva Biológica das Praias do Sul, cujo acesso é somente permitido a pesquisadores e pessoas autorizadas pelo IBAMA. As áreas de proteção ambiental visam garantir a proteção da grande reserva de mata atlântica ainda existente lá e da vida marinha existente no entorno da ilha.
Praia de Lopes Mendes.
 História
Inicialmente habitada pelos índios tamoios, foi avistada pelo navega­dor português Gonçalo Coelho em 1502. Ao longo do século XVI, houve diversos combates no litoral fluminense, os quais também tiveram como palco as águas da baía da Ilha Grande, onde os portugueses se bateram com os franceses, aliados dos tamoios, sendo os lusitanos auxiliados pelo índios tupiniquins, quando da época da Guerra dos Tamoios e dos ataques de corsários franceses e da fundação da França Antártica. Em 1559, a coroa portuguesa resolve nomear Dom Vicente da Fonseca para administrá-la, o que só ocorre, de fato, com o fim da guerra com os tamoios, em 1567.
A dificuldade em administrar a ilha e impedir ataques de contrabandistas e corsários força a transferência de sua administração da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro para a Capitania Real do Rio de Janeiro em 1726, a pedido do governador Luís Vaía Monteiro. Nesse período, a ilha começa a desenvolver as culturas da cana-de-açúcar e do café, que se estenderia até a última década do século XIX, intensificando sua colonização, quer com a fundação de fazendas, como também de pequenas vilas, onde os negros trazidos para trabalhar nas lavouras fazem do lugar uma ds principais rotas do tráfico de cativos até a abolição da escravatura.
No ano de 1803, a ilha passa à condição de freguesia, com o nome de Santana da Ilha Grande de Fora, ganhando autonomia jurídica em relação à Angra dos Reis. Em 1863, o Imperador Dom Pedro II faz sua primeira visita à Ilha Grande, onde compra a "Fazenda do Holandês", local onde seria instalado o "Lazareto", instituição que servia de centro de triagem e quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil e posteriormente um sanatório para doentes de hanseníase. De 1886 a 1903 atendeu mais de quatro mil embarcações, e serviu de presídio político durante os primeiros anos da república, quando é criada a Colônia Agrícola Correcional de Dois Rios.
Nos anos 1930, logo após o início do governo de Getúlio Vargas, dá-se a Revolução Constitucionalista de 1932, quando então todos os confinados do Lazareto são transferidos para a Colônia de Dois Rios, que passa a ser, em 1940, um presídio com capacidade para aproximadamente 1000 detentos, sendo posteriormente denominado Instituto Penal Cândi­do Mendes. Esse presídio se tornaria célebre quando da publicação de Memórias do Cárcere, de Graciliano ramos, que para lá foi encaminhado, como preso, no Estado Novo. Durante o regime militar de 1964, também são transferidos presos políticos para o Instituto, até o final da década de 1970, quando estes são libertados e o presídio volta a ter apenas presos comuns.
A ilha passa, então, por dificuldades econômicas, já que as poucas lavouras ainda existentes se tornaram de subsistência, assim como há um grande declínio nas atividades da indústria pesqueira nos anos 1980. Acrescenta-se a isso a demolição do presídio pelo governo fluminense em 1994, cuja existência era fonte de grandes problemas de segurança devido às fugas de prisioneiros. Após sua implosão, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), obteve o direito de cessão da área e das benfeitorias que pertenciam ao presídio, inaugurando no ano de 1998 o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS).
Praia na Vila do Abraão.
Desde então, a economia da ilha tomou novo impulso e tem se baseado no turismo, sendo um dos locais mais procurados do estado do Rio de Janeiro para prática de mergulho, camping e trilhas.
Praia de Abraãozinho.
No início de 2010 a Ilha sofreu com vários deslizamentos consecutivos,[1][2] em razão do grande volume das chuvas.[1]

 Principais praias

  • Abraão
  • Palmas
  • Lopes Mendes
  • Aventureiro
  • Dois Rios
  • Praia do Sul
  • Praia do Leste
  • Praia Vermelha
  • Araçatiba
  • Bananal
  • Sítio Forte
  • Lagoa Verde
  • Lagoa Azul
  • Saco do Céu
  • Caxadaço
  • Provetá

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